segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Magustos

Está a chegar o dia 1 de Novembro.

Se eu bem me lembro, em Benlhevai é o dia dos Magustos.

E se eu bem me lembro, neste dia, no meu tempo, fazíamos magustos comunitários.

O quê, magustos comunitários? Que porra é esta? Esta pergunta só se deve fazer a quem não tem o previlégio de ser de Benlhevai. Pois proque se fosse de Benlhevai sabia que um magusto comunitário era roubar castanhas e fazer um magusto. Isso mesmo, juntava-se a malta de Benlhevai e ía gamar castanhas lá para o prado ou para o noval, ou mesmo no carvão e depois fazia um magusto ali mesmo, levava-se a jeropiga, aguardente e pronto, era até não poder mais, só se saía dali com a cara toda enforretada, era uma festa, toda a gente convivia. Mas alguém tinha que ir buscar o vasculho para abafar as castanhas.

E agora, perguntam vocemecês. O que é que se faz? Nada. Parece que as pessoas andam tristes, parece que ninguém se fala, não se faz nada disto. Será do cheiro dos cogumelos? Talvez.

É uma pena não haver destes convivios. A própria Junta de Freguesia podia organizar um evento destes, talves assim, as pessoas que foram procurar a vida fora da terra aparecessem. Assim só aparecem no Natal, Páscoa e Verão. É preciso arranjar forma de reunir as pessoas com mais frequência na terra. Nem que seja para comer castanhas assadas e beber aguardente.

É uma pena numa terra destas não se fazer nada. Qualquer dia são os de Leste que começam a introduzir a cultura deles em Benlhevai. E a nossa? Acaba! Pois, ninguém a defende.

Temos que lutar para colocar a nossa terra no mapa da confraternização e das pessoas alegres.

Bem, por agora já chega, já estou com a boca seca de paltar para aqui sozinho.

Até mais ver.
AdolfoDias

5 comentários:

Anónimo disse...

O cheirinho da aguardente roubada aus pais ou avôs (assim sabia muito melhor), o dono dos palheiros que nos corria à pedrada (ah!... seus bandidos, seus ladroes...) Saudades, Saudades de uma infancia feliz sem necessidade de dinheiro, playstation ou telefone portatil......
Um abraço por nos fazeres relembrar esses tempos felizes.

Anónimo disse...

A minha avó Maria fazia uma jeropiga que era uma delícia, adorava ir a casa dela nesta altura dos magustos; ela tinha um assador que se colocava nas candeias e então lá começava ela a balanceá-lo, havia uma técnica especial de o fazer, depois era só escrabulhar as castanhas e comê-las acompanhadas pelo delicioso néctar. Boas recordações. É uma pena realmente que nos dias de hoje não se veja essa união e essa alegria.

maria albina disse...

o primeiro magusto que eu fazia com as minhas amigas era no dia 15 de outubro dia do meu anniversario para min era uma grande festa nao precisava doutras prendas como era linda essa vida tao simples alem de sermos pobres andavamos sempre contentes.
falando de Benlhevai nada é como dantes as pessoas mudaran so à invejas e egoismo mas mesmo assin é sempre a nossa terra e é com muito prazer que là vamos todos os anos ou sempre que possamos.
ja agora queria felicitar o Adolfo Dias pelos seus comentarios que sao mesmo verdadeiros e que nos fazem sonhar. gostaria de saber quem tu és e a que familia pertences pois nao conheço ninguem com esse nome en Benlhevai.
eu sou a Maria Albina filha da Sra Preciosa un abraço para todos que visitam este blogue.

Anónimo disse...

Então esses magustos comunitarios? Realizaram-se ou não? Estou ansiosa por saber como se passou. Conte-nos por favor.

Anónimo disse...

Pois, os magustos foi o esperado, ñada de magustos comunitários. Também não havia muita gente, enfim os habituais, tem a ver com o dia dos finados e não com os magustos.